PÔR DO SOL NO ARPOADOR: UM DOS MAIORES ESPETÁCULOS DE BELEZA NATURAL DO RIO DE JANEIRO

Um dos programas turísticos mais famosos do Rio de Janeiro é, sem dúvida, o pôr do sol na Praia do Arpoador. Mas se engana quem pensa que são só turistas que se reúnem (e, dependendo da época do ano, apinham-se) em cima da Pedra do Arpoador para apreciar o belo crepúsculo. Há muitos cariocas que também marcam presença ali e declaram, numa confissão silenciosa, sua paixão pela cidade. Afinal, não há muito o que dizer, só se tem que admirar, ao ver o sol se pondo no horizonte, ao lado esquerdo do Morro Dois Irmãos e da Pedra da Gávea. Ou seja, num dos mais belos cartões-postais do Rio.

O pôr do sol do Arpoador pode ser muito bem apreciado do calçadão da praia, mas é de cima que se vê melhor, não é? Por isso é que a Pedra do Arpoador, um aglomerado de rochas e pedras que contam com uma escada para ajudar a escalada, é o lugar preferido das pessoas para ver o Rei se despedir com toda a majestade. Em dias de praia lotada, vemos uma procissão se dirigindo para a plateia, como num cortejo de despedida. Em época de Carnaval, por exemplo, quando o verão e a alegria do povo do Rio são um convite para o mundo, você pode precisar disputar espaço entre gringos e locais. Foi o que aconteceu comigo nesta minha ida ao espetáculo. Uns vinte minutos antes das 19:36, hora prevista para o pôr do sol (no horário de verão), uma multidão caminhava rumo à Pedra enquanto outra já estava lá garantindo o melhor lugar, sentado ou em pé, esperando o momento de, pensava eu, aplaudir o espetáculo. Literalmente falando.     

Apesar do barulho de dezenas de pessoas passando ao meu lado, subindo e descendo a Pedra do Arpoador, e dos gritos de um vendedor ambulante anunciando uma única caipirinha de maracujá que carregava numa bandeja - só baixando o tom da voz quando parou para filar um cigarro de um expectador -, consegui, por alguns segundos, distanciar-me mentalmente do tumulto "do lado de fora". Um pôr do sol como aqueles pede mais do que admiração. Provoca uma meditação. Prova disso sou eu, que só saí do meu ligeiro momento de introspecção quando um certo silêncio me despertou. Não houve a salva de palmas. Mas antes ela fazia parte do ritual. Claro, não se pode bater palmas com uma mão só. No lugar dos aplausos, muitas fotos e selfies. E a boa música ao vivo, cantada e tocada no violão, que meu amigo tinha ouvido ali há um ano atrás para acompanhar o espírito contemplativo da plateia também não aconteceu. Senti falta das duas coisas, principalmente porque público era o que mais tinha.

Apesar de eu ter curtido muito o meu fim de tarde, devo dizer que eu não escolhi o melhor dia para um programa como aquele. Era uma Quarta-feira de Cinzas e eu ingenuamente acreditei que a praia não iria mais estar tão cheia como nos quatro dias anteriores. Para minha surpresa, ela estava lotada. Na areia da praia, àquela hora, nem tanto. Mas o calçadão do Arpoador transbordava de gente. Inevitavelmente gera-se um certo desconforto com isso e coloque nesse nível de sensação a atenção redobrada com possíveis batedores de carteira. Havia uma certa segurança, sim, mas praticamente insignificante para dar conta daquele enorme vaivém de pessoas, entre as quais, muitos turistas. Por isso, aqui vai o meu conselho de se evitar o Arpoador e as praias próximas nos finais de semana ensolarados e de muito calor, feriados e Carnaval. Faça isso, se possível. Fora desses dias, anda-se com muito mais tranquilidade pela areia e pelo calçadão.

A Pedra do Arpoador fica na zona sul do Rio, ao lado do Parque Garota de Ipanema, entre a Praia do Arpoador e a Praia do Diabo. A Pedra do Arpoador também divide a Praia do Arpoador da Praia de Copacabana. Você pode chegar à Pedra do Arpoador fazendo uma tranquila caminhada desde a Praia de Ipanema e, se tiver disposição, desde a Praia do Leblon. O Google Maps me mostrou 38 minutos de caminhada partindo do Leblon. Para chegar ao Arpoador de metrô, desembarque na estação General Osório (Ipanema). Você vai precisar caminhar por uns quinze minutos. 


Um dia de verão no Rio de Janeiro em que a sensação térmica era de 47º C. Conclusão: praias lotadas, como esta, a de Ipanema. Neste momento, muitos caminhavam em direção à Pedra do Arpoador para assistirem ao famoso pôr do sol do Rio.


O pôr do sol fica lindo de qualquer ângulo destas praias, mas é a Pedra do Arpoador o ponto de encontro dos expectadores mais exigentes.


A Pedra do Arpoador (ao fundo) praticamente toda ocupada pelos expectadores do pôr do sol. 


Para chegar à Pedra do Arpoador mais rápido, a tempo de me despedir do pôr do sol, precisei driblar as pessoas no calçadão, que estava lotado. Havia também muitos hippies vendendo seus artigos expostos no chão.


Sem nuvens, o pôr do sol aqui é ainda mais bonito. 


Pedra do Arpoador com um grande número de visitantes. Algumas pessoas preferem ficar sentadas nas pedras mais baixas enquanto outras gostam de subir no ponto mais alto (à esquerda da foto) da rocha para assistir ao pôr do sol de camarote. Há uma escadinha entre as pedras que ajuda a levar o visitante lá para cima.


Além do crepúsculo ser mais bonito de ser visto do topo da Pedra do Arpoador, a vista panorâmica que se tem da orla é deslumbrante. Daqui vemos a Praia do Arpoador, em seguida a Praia de Ipanema, e ao fundo a Praia do Leblon com o Morro Dois Irmãos e a Pedra da Gávea coroando o cenário, ou melhor, dividindo a coroa com o astro-rei.  


O sol desaparecendo à esquerda dos morros.



A Pedra do Arpoador ocupada por muitos jovens. 



A Praia do Arpoador fica ao lado da Pedra do Arpoador. 



O Rio de Janeiro desejando boa noite na emblemática paisagem.



A Pedra do Arpoador está sempre aparecendo em cenas de novela, pois a paisagem daqui é realmente inspiradora. Após o pôr do sol, muitos foram deixando a Pedra aos poucos enquanto outros preferiram permanecer. 



A Praia do Diabo é muito pequena e fica entre a Pedra/Praia do Arpoador e o Forte de Copacabana. Nesta foto, podemos ver algumas pessoas descendo e subindo os degraus da rocha (à direita). Veja que a Pedra do Arpoador é bem extensa e se debruça para o mar tanto do lado da Praia do Arpoador quanto do lado da Praia do Diabo. Vale muito a pena subir a rocha, pois você consegue tirar altas fotos rsrsrs  


A Praia do Diabo tem esse nome por ter ondas fortes.



Pessoas subindo a Pedra do Arpoador, ao lado da Praia do Diabo.


Na volta para a casa ou na esticada para outro programa na noite carioca, vale dar uma paradinha para bater uma foto com Tom Jobim. A estátua em homenagem ao cantor e compositor fica na orla da Praia de Ipanema, não muito distante da Pedra do Arpoador. 



Por fim, se quiser parar num local perto da Pedra do Arpoador para fazer um último brinde ao pôr do sol, o restaurante do Hotel Arpoador fica ali pertinho e oferece mesas no calçadão de frente para a praia. Para tomar um drink acompanhado de uma bela vista, esse restaurante é perfeito. Leia AQUI a postagem onde falo sobre minha experiência nesse restaurante.


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