BAR LUIZ E MANON: DOIS QUERIDINHOS DO DOWNTOWN CARIOCA

Dia desses eu precisei ir ao centro da cidade para resolver um assunto particular e nem imaginava que eu iria passar um dia super agradável. Porque a verdade é que muitas vezes eu tenho a maior preguiça de ir para o centro, principalmente por causa do metrô, que fica abarrotado nos horários de pico. Então, para eu ir para o centro, tem que ser depois das 10 da manhã e antes das 16 horas. Tirando o problema dos transportes nos horários de rush (os ônibus também ficam cheios e os táxis ficam parados no congestionamento) e o fato de os estacionamentos ficaram lotados e cobrarem um absurdo, o centro é, sem dúvida, um dos melhores lugares para se passear no Rio. Tem um comércio intenso, museus, restaurantes, camelôs e praticamente tudo mais que você imaginar, assim como é no downtown de qualquer outra cidade grande.



Os bons momentos que passei nesse dia no centro do Rio foram primeiramente no Bar Luiz, para o almoço, e depois no Manon, para o cafezinho da tarde. Essa duplinha funciona muito bem para relaxar qualquer dia estressante. E, para o turista, serve para deixar-lhe ótimas recordações do gostinho carioca!



O Bar Luiz, cujo nome original é Adolph, é especializado em comida alemã. Seu nome foi mudado durante a Segunda Guerra Mundial. Sim, o Bar Luiz é muito antigo -  foi fundado em 3 de janeiro de 1887, quando Dom Pedro II era imperador. Aliás, é o mais antigo bar do Rio, segundo contam.



Mas, no endereço atual (Rua da Carioca 39), o Bar Luiz está desde 1927. Como ele é conhecido como "O Bar mais carioca do Rio de Janeiro" e como aquele que vende o melhor chope da cidade, vive sendo frequentado por fieis cariocas e turistas. Muitos artistas já passaram e ainda passam por aqui.  



Como falei, o Bar Luiz serve comida típica alemã. De entrada, pedimos croquetes de carne. Estavam bem gostosinhos. Por dentro, tinham uma pasta cremosa, como se fosse patê.



E, como prato principal, pedimos costela de porco defumada com batatas coradas. Vinham acompanhadas com ervilhas, cebola, pimentão, presunto, ovo e tomate (o prato dá para duas pessoas). Gostamos também. Nada que eu dissesse "Ah, que delícia!", mas a comida estava gostosinha. O menu não tem preços baixos, mas também não são muito altos. Afinal, comida alemã não costuma ser barata em lugar nenhum.



Não espere luxo no Bar Luiz, que é relativamente simples. O motivo principal para vir aqui deve ser o de estar num Patrimônio Histórico-Cultural da cidade, saboreando uma comida alemã. 



Bar Luiz: um bar muito tradicional num prédio histórico da Rua Carioca (nº 39). Não conhece ainda? Então, se um dia tiver oportunidade, não perca.


E depois do almoço e dos compromissos cumpridos no centro da cidade, fomos tomar o café da tarde na Confeitaria Manon. As vitrines esbanjam doces de variados tipos, mas eu sempre peço aqueles que mais saem, que são os mais baratos e simples, porém são os melhores da casa: os Madrilenhos. Na verdade, são pães doces, e são tão fofinhos e cremosos que é difícil você querer comer só um. 



Entretanto, há outros doces na Manon, que, só de olhar, a baba cai rsrsrs Mas não são só doces que servem. Dá uma olhadinha no cardápio disponível no site da casa. E nos fundos da casa tem um restaurante com buffet a quilo. Ou seja, a Manon tem dois ambientes: a confeitaria e o restaurante.



A Manon existe desde 1942 e é tombada pelo Patrimônio Histórico do Rio. Existem duas casas no centro da cidade. Esta é a maior e a mais antiga;  fica na Rua do Ouvidor 187. (Nota de atualização: Agora só existe deste local.) Se você estiver nas redondezas, vale muito a pena dar uma paradinha aqui!



Mas, na verdade, a casa da Manon que eu mais gosto é a da filial, que fica na Rua Uruguaiana com Sete de Setembro. A filial, apesar de ser a mais nova, fica num prédio histórico (ao lado da tradicional Cavé). O problema é que ela vive lotada, mas é sempre minha opção número 1, pois é mais aconchegante.




A casa Manon da Rua Uruguaiana fica dentro do prédio da Cavé (ao fundo) e pertinho da outra casa da foto acima. Você vai encontrar, à esquerda, uma portinha para a cafeteria Cavé. No centro do edifício, verá a Manon. Na Rua Sete de Setembro, encontrará, de novo, a Cavé. Ou seja, há duas casas da Cavé neste edifício. Nota de atualização 1: Infelizmente, a Manon deste prédio histórico fechou suas portas em julho de 2014 devido ao alto preço do aluguel que lhe estava sendo cobrado. Uma perda grande para a cidade. Um dos melhores e mais tradicionais cafés do Rio. Nota de atualização 2: O ex-endereço da Manon, que ficava no prédio desta foto (Rua Sete de Setembro 133), voltará a abrir as portas dia 13/05/2015, porém agora sob o comando da Cavé. Segundo matéria do jornal O Globo de 09/05/15, este endereço voltará a abrigar a Casa Cavé depois de 15 anos, que é a mais antiga confeitaria do Rio, inaugurada em 5 de março de 1860. A matéria diz ainda que, "No século passado, personalidades como Chiquinha Gonzaga, Carlos Drummond de Andrade, Olavo Bilac, Tarsila do Amaral e o ex-presidente Juscelino Kubitschek eram frequentadores do número 133 da Rua Sete de Setembro, no Centro."       




A casa Manon do Edífício Cavé, que foi tomabado pelo município como patrimônio cultural carioca em 1987. (Nota de atualização: agora ex-casa Manon)




Os doces nas vitrines da casa Manon no Edifício Cavé (Rua Uruguaiana com Sete de Setembro).





Doces da casa Manon no Edifício Cavé.


Mas, assim como na Manon da Rua do Ouvidor, a casa do Edifício Cavé também serve almoço e geralmente neste salão ao fundo. Há dois salões, mas ambos são pequenos. (A Manon deste prédio fechou suas portas em julho de 2014. Mas a loja voltará a abrir em 13/05/2015 com a Cavé, outra tradicional confeitaria do Rio. Na verdade, a mais antiga.)



A vitrine da casa Cavé da Sete de Setembro. Aqui eles vendem deliciosos biscoitos por quilo.



A casa Cavé. Esta é a entrada da Rua Sete de Setembro. A casa Manon é mais espaçosa, mas ambas são tradicionais. 



O delicioso Madrilenho da Manon. Se fosse possível, daria um pedaço desse para você provar. Mas, como não é, dá um pulinho lá! J


OBS: Outra ótima opção para um café (chá) da tarde delicioso num lugar super tradicional no centro da cidade é a Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias 32. Clique nesta postagem aqui para ver nosso chá da tarde na Confeitaria Colombo.




Confeitaria Colombo, desde 1894. Patrimônio Cultural da cidade.




Boas compras e bom apetite na sua ida ao centro do Rio! Tudibom!


4 comentários:

Unknown disse...

Bateu saudades e vim dar uma espiada por onde andas.
Coincidentemente, acabei de chegar do Rio de Janeiro.
Viajo nas suas fotos.
Parabéns pelo blog e obrigada mais uma vez por ter me ajudado com meu roteiro para a viagem a El Calafate.
Bjus

Regina Helena disse...

Obrigada pela visita, Jaci! Imagina, nem precisa agradecer pela ajudinha. Eu voltei recentemente de uma viagem pela Europa que foi maravilhosa. Vou postar as fotos aos poucos. As primeiras postagens serão da Escócia (Edinburgo e Highlands). Também terá fotos de Londres, Cardiff e Porto. Aguardo suas próximas visitas. Beijos!

Eduardo Pazo disse...

Uma delícia ler comentários como esses sobre o Centro do Rio, principalmente sobre o Madrileño, considerado o Pão doce mais gostoso do Mundo... Considero a Manon. a melhor confeitaria no quesito dôces, lanches e almoço. Tem os melhores pastéis de Belém do Rio e o tradicionalíssimo Madrilenho. Quem comeu Sabe. A Colombo, não precisa se preocupar tanto com isso, pois por si só, já é um Templo, uma das mais lindas do Mundo. Imperdivel Visita. Visite a Colombo e delicie-se na Confeitaria Manon

Regina Helena disse...

Não sabia que o Madrileño é considerado o melhor pão doce do mundo, mas que ele é dos sonhos isso eu não tenho dúvidas. Os doces da Manon são mesmo maravilhosos. Aliás, ontem mesmo estive lá e comprei um Madrileño e um Marta Rocha, que também é muito bom! Sempre que vou ao centro da cidade, aproveito para dar um pulinho lá. Pena que a Manon do Edifício Cavé fechou. Era o meu café favorito. Obrigada pelo comentário, Eduardo.