Montevidéu, Uruguai

Montevidéu no outono tem seu ritmo de vida ainda mais tranquilo. A capital uruguaia só fica menos tímida nos finais de semana, quando coloca para fora de casa os residentes que vão desfrutar das bonitas ramblas e dos completos shopping centers. Mas a velha urbe tem muito mais para oferecer ao turista. Quer ver? 



Chegada ao Aeroporto de Carrasco.



Chegada ao hotel Cala di Volpe.



O hotel fica em frente à Rambla Mahatma Gandhi, no bairro de Punta Carretas.



No salão do hotel, para o café da manhã.



A sala de espera do Cala di Volpe.



O salão onde os hóspedes tomam o café da manhã.



Rambla Mahatma Gandhi, num trecho em frente ao nosso hotel.



A extensa rambla tem uma ciclovia.



No Shopping Punta Carretas, em frente a La Pasiva.



O Shopping Punta Carretas vale a visita.



O interior do Shopping Punta Carretas.



A praça de alimentação do Shopping Punta Carretas conta com restaurantes que servem parrillas, chivitos e outras iguarias típicas da região.



Pedimos um chivito com papas fritas. Quem não gosta de um fast food?



Em frente ao Cabildo de Montevideo, na Ciudad Vieja.


Em frente à Puerta de la Ciudadela.



Em frente ao prédio da Presidência da República do Uruguai.



Ao fundo, o Palácio Salvo, cartão-postal da cidade.



O Teatro Solís, que existe desde 1856.



Em frente ao Mausoleo de Artigas e, ao fundo, a Puerta de la Ciudadela.



A principal artéria da cidade, a Av. 18 de Julio.



Na Plaza del Entrevero.



Busto do líder Mahatma Gandhi, na rambla que leva o seu nome.



O trânsito tranquilo no bairro de Punta Carretas, numa manhã de domingo.



O Castillo Pittamiglio, em frente à rambla, chama logo a atenção.



Na Plaza Daniel Muñoz.



A praça tem um busto em homenagem ao aviador Santos Dumont.



Playa de los Pocitos. Mamãe segurando os cabelos porque venta muito aqui.



Pocitos é um bairro de classe média-alta.



A região de Pocitos é apelidada de "Copacabana Uruguaia". Você vê semelhança?



Dentro da Catedral Metropolitana de Montevidéu. O altar é grande e lindo.



Em frente à Plaza Matriz (ou Constitución), na Ciudad Vieja.



Na famosa calle Sarandí, na Ciudad Vieja. Aqui há vários cafés.



Ciudad Vieja. Puerta de la Ciudadela, ao fundo.



Um momento marcante do passeio pela Ciudad Vieja é avistar a Puerta de la Ciudadela e o edifício Salvo ao fundo.



O primeiro hotel cinco estrelas da capital, erguido na Plaza Independencia.



Novamente na Plaza del Entrevero. À noite, iluminada, é mais bonita.



O Palacio Legislativo é lindo, apesar de aparentar estar mal-conservado. Observe também esse táxi que parou para a gente tirar foto. Os táxis que circulam pelo centro são, em sua maioria, pequenos e simples.



O prédio da sede do Mercosul, na Rambla República Argentina.



O prédio do Mercosul, de frente.



A rambla da Playa Ramirez, ao lado do Parque Rodó. Aqui, vi muitos montevideanos caminhando num sábado, à tarde.



Parque Rodó, em Punta Carretas.



O Parque Rodó é um parque de diversões.



El Palenque, no Mercado del Puerto.



Eu pedi um petit lomo com papas fritas.



No Mercado del Puerto, restaurantes fazem a tradicional parrillada. Aqui, o barato é comer sentado ao balcão.



Experimentando a bebida típica de Montevidéu, medio y medio.



O simpático funcionário do Roldo's se ofereceu para tirar esta foto.



Ao redor do Mercado del Puerto, há lojas e barraquinhas de rua.



Outro bom shopping na cidade é o Montevideo Shopping.



O Hotel Sheraton, ao lado do Shopping Punta Carretas, visto do terraço do hotel Cala di Volpe. O Sheraton tem acesso exclusivo ao shopping.



Apreciando a bonita Playa del Buceo.



Edifícios da Playa del Buceo.



O Puerto del Buceo e o edifício do Yacht Club, ao fundo.



Playa del Buceo, perto da Plaza Prof. Luis P. Barattini.



O prédio que se vê nesta praça é o Museo Oceanográfico Dámaso A. Larrañaga.



No Rosedal.



El Rosedal del Prado é visita obrigatória na primavera.



Mas, mesmo fora da estação, uma tarde no Rosedal pode ser inesquecível.



El Rosedal fica ao lado do Jardín Botánico.



A entrada do Jardín Botánico.



O Jardín Botánico é bem grande.



O Jardín Botánico é para quem tem tempo na cidade porque a hora voa para quem caminha aqui.



Esta minha última foto da cidade mereceu ser batida, mesmo que de dentro do carro: é a bonita Puente de las Américas.



O outono em Montevidéu é marcado por dias frios, com temperaturas aproximadamente entre 14º e 20º C, mas as rajadas de vento fazem você sentir mais frio, principalmente se estiver próximo às ramblas, que são as avenidas das praias (avenidas beira-rio). Quando o dia está ensolarado, naturalmente, fica mais quente e você acaba tirando o casaco depois de uma caminhada, mas, ao final da tarde, você precisará vesti-lo de novo. Mesmo no verão, o casaco é peça indispensável, já que a brisa fresca no entardecer é companhia antiga dos montevideanos. Se a temperatura não for problema para o viajante, Montevidéu pode ser um destino de férias muito interessante em qualquer estação. Eu conheci a capital no outono e aproveitei-a bastante. É claro que no verão a metrópole fica mais alegre, com mais gente a desfrutar do Parque Rodó e das praias de água doce, e a encher o Mercado del Puerto (até demais), por exemplo.

Três dias são suficientes para conhecer o essencial de Montevidéu e para fazer tudo com calma, mas se você dispuser de só um dia, não perca as ramblas e a Ciudad Vieja. Para ficar mais de três dias, só se for para, por exemplo, jogar nos cassinos (há 5 em Montevidéu), fazer compras na Av. 18 de Julio (que vai do Palacio Legislativo até a Plaza Independencia), assistir a um espetáculo no Teatro Solís (há visitas guiadas também) e visitar alguns museus. Vou falar de cada um desses lugares e muitos outros em meu roteiro a seguir.

Nosso primeiro dia na pacata urbe foi bem tranquilo. Chegamos por volta das 17 horas e seguimos direto para o hotel Cala di Volpe, um quatro estrelas que atendeu perfeitamente às nossas expectativas. A localização do hotel é ótima: no bairro de Punta Carretas, em frente à Rambla Mahatma Gandhi. Para alguns, essa localização pode não ser a melhor por ficar um pouco distante do centro (a uns 10 minutos de táxi), mas estar de frente para o Río de la Plata e a 10 minutos a pé do melhor shopping center da cidade, Shopping Punta Carretas, foi, para mim, o ideal.

Depois do check-in no hotel, fomos caminhar um pouco pela Rambla Mahatma Gandhi, o que foi muito agradável. Montevidéu tem um longo calçadão à beira do Río de la Plata, margeando-o por 22 km. Um dos melhores programas que podemos fazer na cidade é explorar esse calçadão ao mesmo tempo em que descobrimos pequenas praças acolhedoras, banquinhos convidativos para o descanso e contemplação do pôr-do-sol, e uma praia mais bonita do que a outra.

Após o passeio, fomos jantar no Shopping Punta Carretas e quisemos experimentar uma das comidas típicas do Uruguai, o chivito. É um sanduíche bem grande, tipo hambúrguer, só que recheado com um saboroso filé de carne, bacon, ovo, queijo, presunto e salada. E ainda vem acompanhado de papas fritas. Na verdade, há diversos tipos de chivitos e você pode escolher desde o mais simples até o mais completo, dependendo do tamanho de sua fome.

Voltando a falar do shopping, o Punta Carretas (que ocupa o lugar de uma antiga prisão) tem casa de câmbio caso você precise trocar o seu dinheiro por pesos uruguaios, mas não vale a pena trocar por muitos. A moeda local é mais útil para pagar o táxi porque quase todos os lugares aceitam dólares e reais. Inclusive aquelas tendas que ficam nos corredores do shopping, onde, aliás, comprei umas bufandas (cachecóis) bem bonitas por uma média de 28 reais cada.

No dia seguinte, partimos para Punta del Este no carro de uma agência contatada pelo hotel. Pedimos um traslado que incluísse um tour por Piriápolis (220 dólares). Sem esse serviço, o traslado particular custaria 160 dólares. A distância entre Montevidéu e Punta equivale a aproximadamente duas horas e meia de carro. Mas os relatos de viagem a Piriápolis e Punta estão em seus devidos posts. Não deixe de lê-los.

Depois de duas noites afastados da capital uruguaia, voltamos para conhecer o que faltava. Partimos para a Ciudad Vieja (Cidade Velha) e começamos o passeio pela Plaza Matriz (também chamada de Constitución), interessados na feirinha de artesanato que rola lá diariamente, mas só vimos as barracas sendo desmontadas (era sábado, mais ou menos seis da tarde). Pode ser que no verão as feirinhas de artesanato de Montevidéu funcionem até mais tarde. Contudo, o nosso maior interesse mesmo era explorar a arquitetura da região. Vimos a Igreja Matriz (ou a Catedral Metropolitana, erguida em 1804), mas estava fechada. Perto dali, observamos o prédio antigo do Cabildo, que hoje abriga o Museu e Arquivo Histórico Municipal. Na Plaza Matriz, havia uma placa informando que o local estava sendo reformado. E eu já sabia por que este e outros pontos turísticos da cidade estavam sendo revitalizados: o Uruguai quer sediar a Copa do Mundo de 2030.

Na Plaza Matriz, vimos algumas pessoas estranhas, mas eram só pedintes. Não cheguei a ficar apreensiva porque o taxista que nos deixou lá disse que ali não haveria problema de assaltos, mas, como quase todo o comércio estava fechado, aconselhou-nos a não seguir para outro lado que não fosse em direção à Av. 18 de Julio. Seguimos pela Peatonal Sarandí (rua de pedestres) rumo à referida avenida, que é a mais importante da cidade. E logo avistamos a Puerta de la Ciudadela, que fica de frente para a Plaza Independencia. Esse monumento é o portão que sobrou da muralha que protegia a cidade, sendo demolida em 1829. Detrás da Puerta de la Ciudadela, você logo avista o Palacio Salvo, um dos principais símbolos de Montevidéu.

O Palacio Salvo, inaugurado em 1925 e intitulado a edificação mais alta da América do Sul na época, não é a única atração na Plaza Independencia. Ali fica também o Monumento Mausoleo a Artigas, que é uma estátua equestre do herói da independência do Uruguai, o General José Gervasio Artigas, com o mausoléu em baixo. Há também um prédio moderno, com fachada de vidro, que é a sede da presidência uruguaia, o Palacio Estévez, que já foi sede do governo, e o Hotel Radisson, o primeiro cinco estrelas da capital. Por ser um local que concentra várias atrações turísticas, a Plaza Independencia é bem policiada.

A poucos passos da Plaza Independencia, está localizado o prédio do recém-reformado Teatro Solís. Não tivemos tempo de assistir a nenhum de seus espetáculos nem de conferir sua loja e café novos. Somente observamos a fachada do teatro que tem a forma de Partenón. A verdade é que ainda tínhamos muito para conhecer no centro de Montevidéu e, para isso, era indispensável caminhar pela Av. 18 de Julio.

Então, fomos bater perna na Av. 18 de Julio. Assim, descobrimos a Plaza del Entrevero, pequena, mas muito bonitinha e renovada, a Plaza Cagancha, famosa pelo Mercado de los Artesanos (mas a feirinha já tinha acabado e não funcionou no dia seguinte, no domingo), e mais um cassino. Entre uma descoberta e outra, paramos para tomar café e nos deliciamos com uma torta recheada de doce de leite. Diga-se de passagem, as fatias das tortas em Montevidéu são bem generosas, dão para duas pessoas.

Em nosso penúltimo dia na cidade, tivemos de ter pique para bastante sightseeing. Caminhamos pela Rambla Mahatma Gandhi até a Playa de los Pocitos. Em seguida, voltamos à Ciudad Vieja e, dessa vez, encontramos a Catedral Metropolitana aberta, por sinal, muito bonita. Demos mais um giro pela região e compramos as últimas lembrancinhas da cidade numa única loja que achamos aberta naquele domingo (perto da Plaza Independencia).

Depois desse footing, pegamos um táxi e fomos conferir uma feira de antiguidades que funciona todos os domingos e que se estende por vários quarteirões. Foi uma dica da recepcionista de nosso hotel e do motorista que nos levou de Punta a Montevidéu. Ele, porém, fez uma recomendação: tomar cuidado com os ladrões. Recomendação anotada e lá fomos nós à feira que só depois fiquei sabendo que se chamava Tristán Narvaja. O motorista de táxi que nos deixou perto de uma das ruas da feira, pelas quais só pedestres podem circular, deu o mesmo conselho do outro. Pronto! Foi o suficiente para eu ficar apreensiva e nem querer tirar a máquina fotográfica da bolsa! Porém, nem deu vontade mesmo de tirar fotos. Eu encontrara o maior mercado de pulgas que já tinha visto na minha vida! Estava crente que iria apreciar uma feira estilo a de San Telmo, em Buenos Aires, mas o que eu vi foi um monte de objetos usados e velhos, como calçados, bolsas, panelas, liquidificadores e tudo mais que você possa imaginar. Vi algumas antiguidades, mas muito sem graça. Também vendiam pães, sanduíches, frutas, verduras, etc. Talvez essa feira seja melhor em determinados trechos, mas, como é muito grande e estava lotada, não quisemos perder tempo para checar.

Deixamos a feira, pegamos mais um táxi para voltar ao hotel, mas pedimos para o motorista esticar o caminho e parar em frente ao imponente Palacio Legislativo, ao pitoresco Parque Rodó e ao bonito Prédio do Mercosul. O Parque Rodó não estava convidativo para aquele dia frio, mas, no verão, deve atrair muitas pessoas. O parque tem brinquedos, lago artificial com barquinhos para passeio e uma grande área verde para pedalar e caminhar.

A atração visitada em seguida, ao contrário da feira Tristán Narvaja, em nada veio a decepcionar. Não há quem não tenha gostado do Mercado del Puerto, famoso por concentrar restaurantes que servem um dos pratos típicos do Uruguai, a parrillada (churrasco). O mercado, localizado na região portuária e construído em uma antiga estação ferroviária de 1868, tem uma característica peculiar: os clientes comem sentados ao balcão e podem esperar pelo seu prato enquanto assistem à sua carne sendo grelhada no asador. Escolhemos o El Palenque para almoçar, pois é o restaurante recomendado em todos os guias de viagem, portanto, o mais famoso. Mas preferimos sentar à mesa, na varanda do restaurante, já que o El Palenque é bem grande e oferece esse tipo de serviço também. Atenção ao horário de funcionamento dos restaurantes do Mercado del Puerto, que só abrem para o almoço e fecham por volta das 16 horas.

Depois do almoço, fomos para a Roldo’s, restaurante do Mercado del Puerto que serve uma bebida típica de Montevidéu chamada medio y medio. Serviram-nos uma taça por somente 40 pesos uruguaios. Como eu gosto de vinho branco e de champanhe, adorei o medio y medio, que é uma mistura das duas bebidas e já sai pronta da garrafa para a sua taça. Por falar em bebidas locais, não deixe de experimentar também a cerveja da marca Patricia, que vem em uma garrafa de um litro. Nós gostamos muito. Meu marido até brincou comigo dizendo que “a Patricia é muito gostosa.” Outra marca de cerveja famosa na cidade é a Norteña. À noite, fomos conhecer o Montevideo Shopping e experimentamos a famosa pizza com faina no Il Mondo della Pizza (pertence a uma cadeia de restaurantes). La Pasiva é outro restaurante encontrado em vários lugares. Servem vários tipos de comida, entre eles, pizza e o tradicional pancho, que é um cachorro-quente.

O último dia em Montevidéu só nos reservou a manhã de tempo livre e a aproveitamos ao máximo. Logo após nosso café da manhã, pegamos um táxi e fomos direto para a Playa del Buceo. Encontrei ali um calçadão ainda mais tranqüilo do que aquele do bairro de Punta Carretas e um convite irrecusável para uma caminhada bem relaxante. Perto da Playa del Buceo, encontramos o Puerto del Buceo, um lugar que se sobressai por causa dos barcos que ficam ali parados a enfeitar as águas do Río de la Plata. Ali há um restaurante que serve pescados muy ricos. Essa foi a dica do guia que nos levou à Punta del Este, mas, infelizmente, não tivemos tempo de conferir. O trecho da rambla da Playa del Buceo e do Puerto del Buceo é, na minha opinião, o mais bonito de toda a orla de Montevidéu. O calçadão da Playa del Buceo, sentido aeroporto, continua pelas praias de Malvín e Carrasco, mas não tivemos tempo de percorrê-las a pé, somente de carro.

Tiramos várias fotos em frente ao porto e continuamos andando até a Plaza Prof. Luis P. Barattini, onde há o Museu Oceanográfico. Nem entramos no museu porque não tínhamos conferido horário de visitação tampouco tínhamos tempo. Ao invés, tentamos pegar um táxi ali em frente para ir ao Rosedal e, mais uma vez, sentimos a dificuldade de se pegar um táxi na cidade. Mas, confesso que aquele trecho da orla, beirando uma pista de alta velocidade, não seria mesmo um lugar apropriado para um táxi parar. Portanto, tivemos de andar mais um tanto até chegarmos a uma rua paralela à praia para conseguirmos um táxi que, por sorte, tinha acabado de deixar uns passageiros. Finalmente, seguimos para El Rosedal del Prado (ou simplesmente Rosedal) em um percurso que levou cerca de 20 minutos.

O Rosedal fica no El Prado, o bairro que é o pulmão da cidade e considerado um dos mais nobres. Quando entrei no Rosedal, outra decepção por querer fazer uma comparação novamente com Buenos Aires. Eu pensava encontrar semelhança com o Rosedal de Buenos Aires, ou seja, um lugar cheio de rosas frescas e coloridas. Mas onde estavam as rosas do Rosedal de Montevidéu? Não estavam, e isso foi uma desilusão de imediato para mim. Mas, aos poucos, fui gostando cada vez mais daquele ambiente, imaginando que aqueles túneis de grade cobertos de plantas deveriam ostentar lindas rosas na primavera. Exatamente isso! Não era a época delas, só depois de alguns minutos de desencantamento é que me toquei que estávamos no outono. Então, deixei para lá a frustração e desfrutei do parque apreciando seu grande espaço verde e imaginando o quão romântico seria estar ali na primavera.

O Rosedal fica ao lado do Jardín Botánico, portanto, apesar da pressa, não podíamos deixar de dar uma passadinha lá. Na entrada, fomos recebidos por um senhor muito simpático que pediu para tirar uma foto da gente, atrás da placa de madeira que identifica aquela área: Museo y Jardín Botánico Prof. Atilio Lombardo. Vimos pouca coisa lá devido à pressa, mas, à primeira vista, não nos chamou muito a atenção. Com tempo, teríamos feito também um pit stop no famoso Hotel del Prado para experimentar o seu tão recomendado chá da tarde e admirar o seu belo prédio que se tornou um Monumento Histórico Nacional.

E foi com o Jardim Botânico que fechamos o tour de nosso último dia na capital uruguaia. Deixamos para almoçar no Aeropuerto Internacional de Carrasco, mas nem sabíamos que não havia restaurantes nesse aeroporto. Pelo menos, só vimos o McDonald’s. O Aeroporto de Carrasco também não oferece muitas lojas e é difícil encontrar alguma coisa para se distrair ali, o que pode ser extremamente tedioso para aqueles que têm que esperar horas pelo seu voo. Quem chega a Montevidéu de voo de conexão em Porto Alegre, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, percebe logo a diferença entre os dois aeroportos. O de Porto Alegre é ótimo, oferece uma excelente praça de alimentação, lojas e até mesmo salas de cinema.

A velha Montevidéu, que está se modernizando cada vez mais, pode ser muito mais interessante do que imaginam. Para um feriado prolongado, ela pode ser perfeita, principalmente para quem mora em um país vizinho, como é o caso de nós, brasileiros. Para mim, a cidade foi ainda um pouco mais do que eu esperava porque eu não sabia que passear por suas ramblas poderia ser um programa tão prazeroso.

Notas:

— Depois de almoçar no centro gastronômico mais famoso da cidade, o Mercado del Puerto, você pode caminhar até a Plaza Zabala, onde irá encontrar o Palacio Taranco, sede do Museu de Artes Decorativas.

— Se você tiver tempo no país, não deixe de visitar Punta del Este (a 140 km de Montevidéu) e Colonia del Sacramento (a 177 km de Montevidéu). Muitos alugam carro para chegar a esses destinos. A Colônia é uma cidade histórica que foi fundada pelos portugueses.

— Pagamos em pesos argentinos o equivalente a 41 dólares para a corrida de táxi (grande e confortável) do aeroporto de Montevidéu até o hotel (o percurso leva uns 20 a 30 minutos). Se você pegar o táxi do aeroporto, você pode pagar com dólares, pesos argentinos e reais, e não apenas com pesos uruguaios. O motorista tem uma tabela de conversão de moeda que consulta no final da corrida. Mas, se você preferir, pode optar pelo traslado contratado pelo seu hotel. O Cala di Volpe oferecia na época pela tarifa de 35 dólares.

— O Uruguai tem o mesmo horário em relação a Brasília.

— Os montevideanos adoram tomar mate (chimarrão). Muitas vezes são vistos nas ruas e até nos shopping centers carregando uma garrafa térmica debaixo do braço e uma cuia nas mãos.

— Para quem está de viagem marcada para Buenos Aires, que tal tentar descobrir o Uruguai, país na outra margem do Río de la Plata? Pegue o ferry boat em Puerto Madero para Montevidéu ou Colonia del Sacramento. A Buquebus oferece o serviço. Apresente passaporte ou identidade, o que for o seu caso, porque há check-in e imigração nos portos.

— Um ótimo programa na capital uruguaia pode ser um show de tango. Aliás, os uruguaios dizem que foi lá que o gênero surgiu. E a disputa entre a Argentina e o Uruguai perdura até hoje. A tangueria recomendada é o tradicional Baar Fun Fun, que fica na Ciudad Vieja e que funciona desde 1895. Estando lá, não deixe de experimentar a especialidade da casa, que é um drink chamado Uvita, feito com uma mistura de vinhos e ervas. Só existe lá, é patente da casa. Eu não tive tempo de ir a nenhuma tangueria, mas, com certeza, eu escolheria o bar Fun Fun, pois é indicado em todos os guias de viagem.

— No caminho para Punta del Este, vimos o antigo Hotel Casino Carrasco, que fica no bairro mais caro de Montevidéu, Carrasco. O hotel, inaugurado em 1921, está passando por uma grande reforma.

— A comida no Uruguai é cara e nas contas dos restaurantes não está incluído el servicio (ou propina, isto é, gorjeta), que é a taxa de serviço do garçom de aproximadamente 10% do valor da conta. Mas os garçons vão logo dando essa informação na hora de trazer a conta e perguntando se podem cobrar. No El Palenque, por exemplo, um almoço simples para três pessoas sai por volta de 1.600 pesos uruguaios.

— Os táxis que circulam em Montevidéu são, em sua maioria, pequenos e velhos. E esquisitos também. Há uma chapa de ferro que separa o motorista dos passageiros que sentam atrás. O passageiro coloca o dinheiro e recebe o troco através de uma abertura nessa chapa. Informaram-me que isso era para segurança do motorista porque houve uma época em que motoristas de táxi eram muito assaltados.

— Ainda sobre táxis em Montevidéu, esteja certo que são bem mais baratos do que em Punta del Este. Para se ter uma ideia, do hotel Cala di Volpe até o centro de Montevidéu ou vice-versa, pagávamos uma média de 93 a 100 pesos uruguaios. Em Punta, do hotel AWA até o centro, pagávamos uma média de 100 a 175 pesos uruguaios.

— Quem gosta de visitar vinícolas pode conferir a região de Canelones, a uma meia hora de carro de Montevidéu.

— No caminho para o aeroporto, passamos por uma rua toda arborizada, com plátanos (árvore típica da região), ao lado do Parque Nacional El Rosevelt. Esse parque é grande e parecia ser bem interessante, mas estava vazio.

— Os melhores hotéis para se hospedar em Montevidéu são os cinco estrelas Sheraton (em Punta Carretas) e Radisson (no centro histórico, Plaza Independencia). Se você deseja pagar tarifas mais em conta, sugiro o hotel onde ficamos, o Cala di Volpe (em Punta Carretas). Pagamos as seguintes tarifas: quarto single, 100 dólares por noite; quarto duplo, 110 dólares.

— Experimente os sorvetes de La Cigale (sorveteria espalhada em vários pontos de Montevidéu) e o tradicional choripan (sanduíche de linguiça).

— Aproveite o sistema de tax free, adotado recentemente pelo Uruguai, que beneficia turistas internacionais. O sistema permite a devolução do IVA, que é o imposto sobre bens e serviços cobrado na compra de comida, bebida, artigos de couro e artesanato. Se você comprar a partir de 60 dólares desses produtos, já tem direito à devolução do imposto no aeroporto. As notas fiscas dos itens têm que ser apresentadas. Eu não cheguei a requisitar a devolução do IVA, mas recebi um desconto na fatura de meu cartão de crédito nas contas pagas nos restaurantes. Para falar a verdade, eu não me aprofundei no assunto, mas se você fizer compras no Uruguai, informe-se mais a respeito.

— Paga-se uma taxa no aeroporto de Montevidéu ao deixar a cidade.

— O carnaval de Montevidéu é o mais longo do mundo, dura 40 dias. Há vários desfiles nas ruas. O Desfile de Las Llamadas acontece um mês antes do carnaval.

— Anote aí outros pontos turísticos de Montevidéu (não chegamos a visitar nenhum desses): o Parque de Rivera (no bairro Carrasco), o Cerro de Montevideo (para ver a cidade de cima), os museus (há vários, por exemplo, o Museu Romântico, o Museu Torres García e o Museu Histórico Nacional), a casa de chá Cake’s (na Calle José Ellauri, 1067, em Pocitos), o monumento La Carreta (no Parque Battle y Ordoñez), o Parque Zoológico Lecocq, os bolichos (bares e pubs) e o Estadio Centenario (onde foi realizada a final da Copa de 30).

— A Fuente de los Candados (Fonte dos Cadeados) é outro ponto turístico interessante, principalmente para quem quer viver um amor eterno. Fica no cruzamento da Av. 18 de Julio com a Calle Yi. A placa da fonte diz: La leyenda de esta joven fuente dice que si se le coloca um candado com las iniciales de dos personas que se aman, volveran juntas a visitarla y su amor viverá por siempre ... Pena que não tive tempo de passar por lá, se não eu teria trancado um cadeado na grade. Adoro me divertir com esses tipos de lendas que quase todas as cidades têm.

— Você sabia que o Uruguai já fez parte do mapa do Brasil?


Data desta viagem: abril de 2010.

Sites de interesse:

http://wikitravel.org/pt/Montevid%C3%A9u
http://www.turismo.gub.uy/


Site do Cala di Volpe Boutique Hotel:
Para ver mais fotos do Cala di Volpe, clique em: